ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA
DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
27-12-2010.
Aos vinte e sete dias do mês de dezembro do ano de
dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Bernardino
Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Tarciso Flecha Negra e Toni
Proença. Constatada
a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Engenheiro Comassetto,
Haroldo de Souza, Mario Fraga, Mario Manfro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos
149069, 149070, 149071, 149072, 149073, 149074, 149075, 149076, 167237, 167238,
167239, 167240, 167241, 167242, 167243, 167244, 167245, 167246, 167247, 167248,
167249, 167250, 167251, 167252, 167253, 167254, 167255, 167256, 167257, 167258,
167259, 167260, 167261, 167262, 167264, 167265, 167266, 167267 e 167268/10, do
senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE. Após, foi apregoada Declaração firmada pelo vereador Dr. Thiago
Duarte, Vice-Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do suplente
Luciano Marcantônio em assumir a vereança nos dias de hoje e amanhã, em
substituição ao vereador João Bosco Vaz, em Licença para Tratar de Interesses
Particulares. Em prosseguimento, o senhor Presidente declarou empossado na
vereança o suplente Mario Fraga, nos dias de hoje e amanhã, em substituição ao
vereador João Bosco Vaz, em Licença para Tratar de Interesses Particulares,
conforme Requerimento apregoado durante a Centésima Vigésima Primeira Sessão
Ordinária, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores João Antonio Dib, Engenheiro Comassetto, Adeli
Sell, este pela oposição, Fernanda Melchionna, Nilo Santos e Reginaldo Pujol.
Na oportunidade, por solicitação do vereador Nelcir Tessaro e da vereadora
Fernanda Melchionna, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma,
respectivamente, ao senhor Oswaldo de Lia Pires, falecido ontem, e à senhora
Marcelle Tolotti, falecida no dia vinte e cinco de dezembro do corrente. Em
GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Idenir Cecchim, em tempo
cedido pelo vereador Sebastião Melo, e Adeli Sell, em tempo cedido pela vereadora
Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha
Negra, em tempo cedido pela vereadora Juliana Brizola, Dr. Raul Torelly, em
tempo cedido pelo vereador Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, este em tempo
cedido pelo vereador Mario Manfro, e Aldacir José Oliboni, em tempo cedido pelo
vereador Mauro Pinheiro. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o
Projeto de Lei do Legislativo nº 183/10, os Projetos de Lei do Executivo nos
062 e 063/10 e o Projeto de Resolução nº 040/10. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Dr. Thiago Duarte. Às dezesseis horas e cinco minutos,
nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador
Nelcir Tessaro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após aprovada
pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento,
será assinada pela maioria dos seus integrantes.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Mesa declara
empossado o Ver. Mario Fraga, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana, CEDECONDH, em função da impossibilidade de
o Suplente Luciano Marcantônio assumir a Vereança nos dias 27 e 28 de dezembro
de 2010, em substituição ao Ver. João Bosco Vaz, em Licença para Tratar de
Interesses Particulares.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e
minhas senhoras, aproxima-se o término do mandato do Presidente Lula, e, já que
eu não posso fazer regimentalmente uma solicitação, gostaria que os Anais da
Casa registrassem o que consta numa coluna do jornal Zero Hora de ontem, de um
jornalista insuspeito, sem dúvida nenhuma, o Flávio Tavares, que espelha bem a
situação que estamos chegando depois de oito anos.
(Lê.) “Chegam ao fim
os oito anos de Lula da Silva no poder, e não há como deixar de admirá-lo. Ele
não é um estadista (ao contrário, faz tudo o que um estadista jamais faria),
mas nunca houve um presidente tão gracioso e simpático. É impossível imaginar
Getúlio Vargas dizendo o que Lula diz em público, numa simplificação vulgar, às
vezes quase baixo calão. Nem o general João Figueiredo foi a tanto, naquelas
imagens espontâneas em que dizia preferir cheiro de cavalo a cheiro de povo. Em
Lula, a atração surge da facilidade com que diz coisas estapafúrdias como se
fosse ciência pura ou verdade absoluta. Provoca risos, mas o jeito de menino
travesso o absolve de pecado.
“Em 2005, a corrupção
do ‘mensalão’ ameaçou devastá-lo, e ele pensou que teria o mesmo destino de
Collor. Mas insistiu em que ‘não sabia de nada’ e que fora ‘traído’. Negou o
inegável. Fingiu ser um paspalhão, alheio a tudo ao seu redor e foi reeleito em
2006. No governo, tudo é ‘show’, termo inglês que conhece (mesmo sem saber
idiomas), pois é exímio em representar. Se inaugura consultório odontológico,
posa de dentista e assim por diante. Onde está, representa um papel. É o grande
artista do grande espetáculo.
“Em oito anos, o
Governo gastou cerca de 10 bilhões de reais em propaganda, segundo a Secretaria
de Comunicação Social (Secom), sem contar a ‘publicidade legal’, produção e
patrocínios. Para mostrar que o Brasil é ‘um País de todos’, em 2010 os gastos
vão a 1,1 bilhão de reais, uns 3 milhões ao dia, dos quais 64,2% para emissoras
de TV. A propaganda tornou-se inteligente e persuasiva quando Franklin Martins
assumiu a Secom, após os escândalos de 2005, e foi fundamental para fazer
esquecer a corrupção.
“Todos falam da
popularidade do Presidente, e não toco nisso. Fico com a análise dos que vivem
perto do poder: [Neste momento, eu pergunto quem é que conhece alguém que foi
pesquisado para levantar essa popularidade que o Lula tem.] ‘Na economia, o
mito Lula não se sustenta em fatos, é só a repetição de versão triunfalista e
truques numéricos. Em 2010, houve o maior crescimento em 25 anos, mas porque em
2009 caiu 0,6%, a pior recessão desde 1990. No primeiro ano, Lula aumentou o
superávit primário; nos últimos, promoveu orgias de gastos. Consolidou amplo
programa de transferência de renda aos pobres e fez forte doação de recursos
públicos aos ricos. Quem vê só a cena final, não entende o filme’, escreveu
Miriam Leitão, lúcida analista econômica. E lembrou: ‘Com Lula, desmataram 125
mil quilômetros quadrados da floresta amazônica (Portugal e Bélgica somados), e
tudo aumentará com a hidrelétrica de Belo Monte e outras. Na crise de 2008, o
Banco Central acumulou reservas, mas em 2010 o déficit em transações correntes
vai a 50 bilhões de dólares. Em oito anos, o Brasil cresceu menos que a América
Latina, com os juros mais altos do mundo’.
“Frei Betto, que
integrou o Programa Fome Zero (substituído pelo Bolsa Família), recorda: ‘Com
Lula os mais pobres mereceram recursos anuais de 30 bilhões de reais; os mais
ricos, através do mercado financeiro, foram agraciados com mais de 300
bilhões/ano. O País continua sem reforma agrária, política e tributária. O
investimento na educação não superou 5% do PIB, e a Constituição exige 8% ao
menos. Em qualidade de educação, o Brasil se compara ao Zimbábue, pelos índices
da ONU’. Resta o petróleo do Pré-Sal, dádiva da natureza, que a Petrobras
descobriu e o ‘governo joga fora’; diz Ildo Sauer, do Instituto de Energia da
USP e, até 2007, Diretor de Petróleo e Gás da Petrobras: ‘Sem debate e sem um
pio, entregamos de 2,6 a 5,5 bilhões de barris e toda a tecnologia da Petrobras
a uma empresa de Eike Batista, aquele que, num leilão, pagou um milhão de reais
pelo terno de posse do Lula’. Ou, na síntese de Delfim Netto, conselheiro do
presidente, ‘o governo Lula consolidou o capitalismo no Brasil’.”
Este é o escrito de Flávio Tavares no jornal Zero Hora de ontem, e todos nós que conhecemos esse ilustre jornalista, importante jornalista, sabemos que ele é insuspeito, e o que aqui ele escreveu espelha uma realidade. É por isso que este Vereador fez este registro, para que constasse nos Anais da Casa do Povo de Porto Alegre, para que, no futuro, alguém olhe e diga: “Lula não tinha a popularidade que lhe deram as pesquisas”; eis que não se conhece ninguém que tenha sido pesquisado, mas, talvez, de repente, apareça um pesquisado. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores que nos assistem, o que estamos debatendo aqui é visão de
país, é postura e conceito ideológico, e há uma corrente política neste País, a
qual o Ver. João Antonio Dib representa, conservadora, uma visão que sempre deu
sustentação, neste País, às elites, que não aceitam a possibilidade de o Brasil
estar se apresentando para o mundo com o seu sucesso. Sabemos e reconhecemos
que, em relação à agenda de desenvolvimento do Brasil, ainda temos muito a
fazer. O Presidente Lula, criticado aqui há poucos minutos pela Liderança do
Governo e pelo Líder do PP, sai do Planalto e entra para a História como o
Presidente mais popular que este País já teve. E por que essa popularidade?
Todos os jornais anunciavam, neste final de semana, que este é o melhor Natal,
momento de alegria e confraternização, dos brasileiros das últimas décadas, é
dito por todos os segmentos.
Vou fazer aqui uma
análise comparativa, meu querido Ver. João Antonio Dib. O Presidente Lula, que
conduziu o País nesses oito anos, rompeu com a política salarial que vinha
sendo adotada pela linha conservadora deste País. Se seguíssemos aquela lógica,
hoje o salário mínimo seria de 320 reais, mas chegou a 510 reais. Ainda não é o
que os trabalhadores necessitam, mas neste Natal não houve uma mesa de
trabalhador sem ceia de Natal, não houve um trabalhador que não tivesse tido a
luz de entender que este País está dando certo. Neste Natal, Ver. João Antonio
Dib e todos aqueles que criticam o Presidente Lula, o Brasil se encontrou com
seu povo - é verdade! Cinquenta milhões de brasileiros hoje recebem o Bolsa
Família, brasileiros que estavam abaixo da linha da miséria e que não eram
reconhecidos pelas elites. As elites sempre governaram, sempre governam e
querem continuar governando ou voltar a governar para alguns poucos. E todos
nós aqui concordamos, Verª Fernanda, que os banqueiros ainda ganham muito e que
temos que enfrentar essa agenda. O Presidente Lula conduziu um processo de
disputa eleitoral não tão democrático como gostaríamos, e pegamos um dos
setores da elite mais reacionários que existem neste País, que ainda é quem
controla a mídia. Tentaram fazer um debate preconceituoso contra a mulher,
preconceituoso quanto às liberdades sexuais, preconceituoso contra a
religiosidade, e aí estabeleceram um conjunto de outros preconceitos. Nós
elegemos nada mais, nada menos do que a primeira mulher Presidenta deste País,
que já deu sinais na política, sim, elegendo uma nova equipe econômica, que vai
trabalhar de forma diferente do que a que trabalhou até agora na questão dos
juros e dos ganhos dos banqueiros.
Portanto, venho aqui,
em nome do PT, dizer que se quis reproduzir uma coluna conservadora do jornal
Zero Hora, no sentido de não reconhecer que, nesses oito anos, o Brasil se
transformou e hoje é um País reconhecido mundialmente. Mas o Presidente Lula
entra para a História como uma das lideranças respeitadas internamente, com o
maior índice de aprovação que um Presidente já teve e como um estadista
internacional. Então, em nome da nossa Bancada, venho dizer que a crítica que
recebemos, há poucos minutos, do Líder do Governo e Líder do PP, tem o segmento
dos conservadores, que defendem sempre as elites. Ver. João Antonio Dib, seu
discurso foi nessa linha. Um grande abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente,
meu caro Líder Comassetto, minha cara Sofia, meu caro João Dib, V. Exa,
que é um homem sensato, um homem que tem puxado o debate para a arena local,
desta vez fugiu da arena local para se colocar na arena nacional. Eu diria o
seguinte: sua intervenção me frustrou muito, porque V. Exa se bate
contra números, contra o que todos pensam. Vossa Excelência está completamente
enganado, o Brasil é outro, não é o Brasil da época do chamado “milagre
brasileiro”, milagre que ajudou pequenos setores da classe média a ascenderem
socialmente, mas que colocou milhares de brasileiros nas periferias das
cidades, sem casa, sem saneamento básico. O Governo Lula tirou 30 milhões de
brasileiros do estado de miserabilidade absoluta e colocou-os em outro patamar,
o de ter uma mínima ração diária. Fez o óbvio, como ele mesmo costuma dizer.
Este é Lula, este é o Brasil oito anos depois. Não vendeu nenhuma empresa
nacional pública pelas bagatelas com que foram vendidas as empresas na era FHC.
Ver. João Antonio
Dib, seu Partido participou ativamente do Governo Lula, com o Ministro das
Cidades, que esteve aqui, que trabalhou por esta Cidade, que trabalhou por este
Estado. Mas não, V. Exa prefere fazer coro ao Partido da imprensa
golpista. É exatamente isso! Os jornais das elites não suportam que um torneiro
mecânico tenha sido Presidente da República e tenha se tornado mais famoso do
que o príncipe dos sociólogos. Triste figura fez Fernando Henrique Cardoso! Ele
pediu que esquecessem os livros que ele escreveu, mas eu me lembro bem, Verª Fernanda
Melchionna, do livro do Fernando Henrique Cardoso sobre a política da
dependência. Eu o li, é um clássico da Sociologia brasileira, mas ele prefere
que não se leia mais esse livro. Eu li Octavio Ianni, “O Colapso do Populismo
no Brasil”.
Ver. João Antonio
Dib, V. Exa quer sair da arena local e ir para a arena federal; está
topado, portanto, o bom debate. Mas eu prefiro que V. Exa fique na
arena local. Aqui V. Exa conhece, acerta mais; de vez em quando,
enrola-nos com os números do Orçamento, mas eu também leio o Orçamento; apesar
de não ter a mesma capacidade dos engenheiros de fazer cálculos, sou professor
de Letras. Mas V. Exa, na esfera federal, se deu mal, porque o
Brasil é outro, graças a Deus, graças a um Governo da inclusão social, graças
aos programas de desenvolvimento. Há lacunas? Há grandes lacunas! Na área da
Saúde, V. Exa vai ver o Ministro Alexandre Padilha fazer do
Ministério da Saúde um grande baluarte de luta para melhorar as condições de
saúde do povo brasileiro. Nós não estamos sozinhos no Governo Federal; lá está
Michel Temer, do PMDB do Raul, do
Cecchim, do Bernardino, do Haroldo e do Sebastião, ou V. Exas negam
que o PMDB esteja no Governo conosco? Nós não somos daqueles que não veem o
todo. Nós sabemos das dificuldades das alianças que fizemos em alguns momentos,
mas não as negamos. Tivemos o PP, o seu Partido, no Governo conosco, e ele
estará novamente conosco em alguma instância governamental em nível federal,
mesmo que não mais no Ministério das Cidades. Ver. João Dib, eu peço que V. Exa
reflita mais, mais e mais sobre as coisas que aqui falamos na tarde de hoje. Eu
prefiro V. Exa na arena local, porque, na arena federal, V. Exa
perdeu. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito ao
Plenário que façamos um minuto de silêncio em homenagem ao maior jurista que já
houve no Rio Grande do Sul, o advogado Oswaldo de Lia Pires, que faleceu aos 92
anos de idade.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, também solicito um minuto de silêncio em homenagem à Sra
Marcelle Tolotti, falecida no dia 25, pela manhã.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu gostaria de
cumprimentar os colegas Vereadores, porque, enquanto o País parou os seus
Legislativos, nós estamos aqui, inclusive com quórum para votar, se tivéssemos
matéria. É muito importante a gente salientar isso para toda a comunidade em
geral, para a imprensa, no sentido de mostrarmos que estamos aqui com 22
Vereadores, neste pós-feriadão, em plenário, aguardando matérias para serem
votadas.
A Verª Fernanda
Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, de fato, às vezes,
ouvindo alguns pronunciamentos, pergunto-me se moro nesse mesmo país. Às vezes,
parece que vivemos no “país das maravilhas”: tudo vai bem, obrigado; o salário
vai bem, a Saúde vai bem, a Economia vai bem. Parece, de fato, que o Brasil vive
uma era de ouro. Aí eu fico contrastando esse discurso com a realidade que os
números - se o problema são os números - nos apontam.
O Brasil entra agora
para ser, Ver. Pedro Ruas, a quinta economia do mundo. O nosso País está
possivelmente entre as cinco maiores economias do mundo. Entretanto, o Brasil,
também é, por dados da ONU e dos organismos internacionais, o terceiro país em
desigualdade social da América Latina, perdendo apenas, Ver. Pedro Ruas, para o
Haiti e para a Bolívia. Nós temos, no nosso Brasil, 14 milhões de analfabetos.
Nós temos, no nosso Brasil, uma dificuldade, uma insuficiência no atendimento
do Sistema Único de Saúde, em que, às vezes, as pessoas marcam cirurgias e são
atendidas cinco, seis anos depois. Nós temos, no Brasil, Ver. Pedro Ruas, a
maior taxa de juros do mundo. Do mundo!
Nós temos, no Brasil,
um recorde, é verdade, Ver. Adeli Sell: do Bradesco, do Itaú, do Santander...!
Estes crescem bastante. Os banqueiros, os rentistas, os parasitas do sistema
financeiro estão ganhando bastante dinheiro no Brasil, mas o aumento do salário
mínimo é de 30 reais, porque, senão, quebram-se os cofres da Previdência
Social... Vejam o argumento que usam, em relação ao salário mínimo, para não
darem um reajuste decente aos trabalhadores. Ou para os aposentados, Ver. Pedro
Ruas: sequer 7% se conseguiu garantir no aumento das aposentadorias de quem
ganha mais de dois salários mínimos ou àqueles que se aposentam ganhando dez
salários mínimos. O Governo não quer vincular o aumento do salário mínimo ao
aumento das aposentadorias, e, em menos de dez anos, os aposentados estão
ganhando dois, um salário mínimo e penam para serem recompensados, entre aspas,
para terem direito aos anos que dedicaram ao povo brasileiro e à construção do
Brasil.
É verdade que o
“príncipe” FHC, como diria meu antecessor, disse para esquecerem de tudo o que
ele escreveu: governou com as privatizações, governou para os banqueiros,
governou com ajuste fiscal. Mas também é verdade que a independência política,
que a luta por um governo dos trabalhadores e para os trabalhadores, que a luta
por uma Reforma Tributária que onerasse mais as grandes fortunas e os grandes
banqueiros e desonerasse o povo trabalhador e assalariado, que o questionamento
da dívida pública - que foi durante dez, vinte anos programa histórico do
Partido dos Trabalhadores - foram esquecidos. E o contraditório é que estamos
vendo que aqueles que tiveram historicamente posições antagônicas hoje são da
base de apoio do Governo Lula, como o PMDB, PP e outros Partidos.
Às vezes, eu fico
preocupada quando ouço o discurso ufanista do “milagre brasileiro”. E tenho em
mãos, Ver. Pedro Ruas, o Projeto de Lei nº 549, do PT com o PMDB, que congela
por dez anos os salários do funcionalismo federal. Tenho aqui em mãos o Orçamento
de 2011, que vai ser executado pela Presidente Dilma e que dá 52% dos recursos
dos brasileiros para pagar banqueiro e rentista do sistema financeiro, e menos
de um por cento, em geral, será executado com a Segurança, que é tão importante
para o povo brasileiro.
Então, de fato, acho
que nós, que viemos dessa trajetória de esquerda e que nunca dissemos “esqueçam
o que eu disse, esqueçam o que eu escrevi”, que continuamos defendendo as
bandeiras históricas dos trabalhadores, do povo brasileiro, a independência
política, a luta contra os banqueiros e a elite brasileira que surrupia os
recursos nacionais, temos o dever histórico, Ver. Pedro Ruas, de reconstruir as
esquerdas e reacender as esperanças. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos ao
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Sebastião Melo.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. João
Antonio Dib fez uma leitura neste Plenário muito interessante, quase todos
fizeram ontem, durante o fim de semana, a leitura da coluna do jornalista
Flávio Tavares. Ver. Adeli Sell, não foi, na realidade, o Ver. Dib quem fez
essa crítica ao Presidente Lula. Estou sem a procuração do Ver. Dib para fazer
esta afirmação, mas tudo o que ele fez foi ler uma coluna de um homem de
esquerda, Flávio Tavares, com uma história grande de luta democrática neste
País. Ao fim de um Governo que tem 83% de popularidade... Aqui quase não se
fala do custo dessa popularidade. Eu imagino que seja assim: o golpe do Banco
PanAmericano, por exemplo, deu dois bilhões e meio. A Caixa comprou esse banco,
podre, uns seis meses antes da eleição! E o Sr. Silvio Santos visitou o Lula
antes da eleição! Com isso tudo, certamente, a popularidade do Lula aumentava.
O grande Ministro do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva...
Eu também acho que ele foi um grande Presidente, por favor: inteligente, preparado, talvez o Presidente mais demagogo, mas competente para fazer demagogia. Tem muita gente que faz demagogia e é incompetente, mas ele, muito competente, conseguiu essa popularidade. Quem sabe foi ao custo do grande Ministro Franklin Martins, que gastou dez bilhões, em um ano apenas, em publicidade, fora a publicidade da Petrobras, dos Correios, aquelas que não parecem ser do Governo, aquelas que falam tanto do Pré-Sal, vendido pelo Governo do Presidente Lula para o Eike Batista - que pagou um milhão pelo terno de posse do Sr. Lula -; ele ganhou essa barbada em todo o litoral brasileiro, e hoje o Eike Batista é um dos grandes bilionários do País.
Será que foi a esse
custo que o Lula ganhou 83% de popularidade? Será que foi ao custo de ter pago
a dívida externa, que o PT sempre reclamou que não devia pagar, que tinha que
haver uma auditoria? O PT sempre pediu uma auditoria dessa dívida, porque
achava que não havia dívida, e o Presidente Lula foi lá e pagou a dívida. Uma
dívida que custava 4% ao ano de juros, e sabem para quem ele ficou devendo?
Para o Itaú, para o Bradesco, para o Safra, a 10,75% ao ano. É isso que temos
que explicar aqui! Eu não tenho problema nenhum se o Lula tem 83% de
popularidade, que bom para ele.
Ele está ameaçando a
Presidente Dilma, dizendo que, se ela não fizer um bom governo, se não se
comportar, ele volta daqui a quatro anos. Eu nunca vi uma Presidente eleita por
50 milhões de votos ser ameaçada pelo seu antecessor: “Tu te cuidas, senão eu
volto daqui a quatro anos!” Palavras do Chefe de Gabinete do Lula, Gilberto
Carvalho. Mas que barbaridade é essa?! Não é santinho, não, é um homem
preparado.
Não sou daqueles que
dizem que o Lula não tem faculdade, acho que ele tem umas oito faculdades. Cada
eleição de que ele participou se preparou com todos os grandes cérebros
nacionais, principalmente os de esquerda, que são inteligentes e prepararam o
Presidente. O Presidente é preparado, ele sabe, não é analfabeto, tem mais
curso universitário que muito doutor por aí. Então, o que ele faz é muito bem
pensado, inclusive a ameaça que mandou o Gilberto Carvalho fazer para a
Presidente Dilma Rousseff: “Se tu não fizeres direitinho, eu volto daqui a
quatro anos”. Isso é uma coisa impressionante!
Agora, Ver. Adeli
Sell, com todo respeito, só queria lhe trazer um dado do “milagre brasileiro” -
já que o senhor falou do “milagre brasileiro” da época dos militares: eu quero
dizer que é igual ao milagre do Lula, porque os personagens são os mesmos.
Vocês estão lá com o Sarney, com o Delfim, com o Lobão, com o Henrique
Meirelles. Então não tem problema nenhum de ser milagre brasileiro ou milagre
do Lula, porque os personagens são os mesmos; os mesmos da época da ditadura
estão lá pertinho do Lula.
Acho que ele fez
muito bem, por exemplo, com o Henrique Meirelles, que ele tirou do PSDB, que
fez a campanha toda em favor do Fernando Henrique Cardoso, nosso príncipe, Ver.
Adeli Sell. Esse Henrique Meirelles acho que foi o grande tentáculo do
Presidente Lula na área econômica. Uma coisa boa que ficou do Fernando Henrique
Cardoso, que fez muitas coisas erradas ou deixou de fazer algumas coisas que
deveria fazer, foi a base da economia, os bancos ficaram fortes demais e foram
mais reforçados ainda pelo Presidente Lula.
Então, tenho que
dizer aqui, alto e bom som, que concordo com grande parte das privatizações que
o Fernando Henrique fez, eu concordo com grande parte delas. E o Presidente
Lula também fez a sua privatização. Ele privatizou o ensino com o ProUni. Quero
dizer que sou a favor disso, foi um grande acerto do Presidente Lula ter privatizado
o ensino universitário brasileiro, ou vocês não estão vendo que todas as
universidades, inclusive a Ulbra, a Unisc, a Univale, todas as universidades
particulares estão de prédios novos, professores contratados, equipamentos
modernos? O Lula viu que era muito mais fácil entregar para a iniciativa
privada, comprar as vagas e distribuí-las para o povo brasileiro que precisa do
que fazer coisas e encastelar esse pessoal das universidades públicas. Sou a
favor das universidades públicas, mas, ultimamente, elas estavam só atendendo
aos ricos. Quem fazia ou faz cursinho passa na universidade federal, quem
trabalha o dia todo e não tem tempo para fazer cursinho vai estudar numa
universidade cara, particular. Nesse ponto o Presidente Lula foi muito bem, ele
privatizou o ensino brasileiro.
E Lula privatizou
também o Pré-Sal, que se discutiu tanto nessa campanha. Dizia-se: “Cuidado que
vão privatizar”. Não há mais nada para privatizar, não há mais nada, o Pré-Sal
já foi entregue, foi dado um pedaço para o Eike, um pedaço para a Shell, um
pedaço para o outro, e a coitada da Petrobras - nem tão coitada assim - está
precisando tirar dinheiro do caixa, ou melhor, teve que fazer um leilão de
ações a um valor de dez, exemplificando, sendo que, em dois meses, valia sete.
Botaram 30 bilhões, 40 bilhões de reais para dentro dos cofres do Governo ou da
Petrobras, tirando dos pequenos assalariados que compram poucas ações.
Então, há muito para
se discutir e se falar, Ver. Haroldo de Souza, mas temos que falar do
Presidente que está saindo, sim. Ele cuidou dos pobres, cuidou da ração dos
pobres, segundo o Ver. Adeli Sell, da comida, do sustento. E, segundo disse
ontem, no jornal, o teólogo Leonardo Boff, amigo particular do Presidente Lula,
não há sustentabilidade para essa camada enorme de pobres, porque, ganhando a
raçãozinha do dia, no outro dia tem que dar nova ração. Eles precisam ser
levantados da pobreza, não basta só dar comida para o pobre, precisa dar Saúde,
precisa dar Educação. O Brasil está com o Ensino Fundamental cada vez pior, a
Saúde do brasileiro nunca esteve tão ruim como nesses oito anos, e nós temos
que pensar muito em como ajudar a Presidenta Dilma, porque ela, se não fizer o
tema de casa que o Lula mandar, corre o risco de nem ser candidata daqui a
quatro anos. Vamos ajudá-la.
O Vereador lembrou
muito bem que o meu Partido, o Partido do Michel Temer, faz parte do Governo, e
é verdade. O PMDB nacional faz parte, nós somos do PMDB, mas eu quero dizer que
a minha parte no Governo eu passo para aqueles que fizeram campanha para a
Dilma, eu não fiz. Então, se tocar alguma coisa para o meu Governo de benesse,
essa eu quero passar adiante, não precisa dar para mim porque eu não mereço. Eu
quero dar para quem merece, para quem fez campanha para a Dilma, eu não fiz. E
naquilo que for bom, naquilo que for necessário para ajudar, podem contar
comigo; para ajudar, não para aproveitar deste Governo. Eu só quero que ajudem
a tirar esses 30 milhões da pobreza, e não é só dar comida para eles, precisa
dar alguma coisa a mais, precisamos fazer com que cada brasileiro tenha a sua
consciência, a consciência de que não basta só a popularidade. Não basta só a
popularidade, nós temos que ter a praticidade.
Vamos fazer festa na
posse da Presidenta Dilma, eu acho que o Brasil todo tem que fazer uma saudação
para a Presidenta. No momento da posse, eu prometo que vou buzinar, se eu
estiver no carro, para saudar a nova Presidenta; que ela tenha muitos acertos,
como o Lula teve muitos acertos, e os acertos nós temos que aplaudir. Ele desceu
do pedestal de Presidente intocável e veio para o povo, fala a linguagem do
povo, e, assim como critico as coisas, eu tenho que elogiar essas coisas. Ele
se aproximou da população, aproximou-se até com palavrões, e não foram poucos,
foram muitos palavrões que um Presidente normalmente não diria, mas ele
conseguiu ter essa empatia popular. O Presidente Lula contou com mais de 80% de
aprovação. Barack Obama, que disse “esse é o cara”, referindo-se ao Presidente
Lula, gostaria muito de ter 50%.
Vereadores, eu acho
que todos os que eu vejo aqui, meus colegas, tiveram um bom Natal, vejo um bom
semblante, um semblante de paz, um semblante de quem está esperando um ano novo
repleto de realizações. Nós precisamos de muitas realizações, Ver. Haroldo de
Souza. Vou convidar a nossa Bancada, do PMDB, para visitarmos, uma vez por
semana, os postos de saúde, os hospitais, mesmo aqueles hospitais públicos que
dependem do Governo Federal. O Ver. Dr. Raul, que é médico, vai nos guiar aos
hospitais, para que façamos alguma coisa, mesmo que seja uma reclamação que dê
repercussão.
O Sr. Dr. Raul: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cecchim, agradeço-lhe o
aparte. Realmente, é de extrema importância a situação por que passam os nossos
hospitais. Precisamos, realmente, nos unir, independente de questão política,
partidária, ideológica, e trabalhar pela Saúde Pública, para ampliarmos os
nossos hospitais, ampliarmos os nossos programas da Saúde e fazermos com que a
população, realmente, avance no Brasil, porque as questões da Saúde e da
Segurança Pública ficaram, durante muitos anos, paradas.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Ver. Dr.
Raul. O Ver. Haroldo, que é da área da comunicação, vai nos ajudar a difundir a
ideia de cuidarmos das nossas instituições de Saúde. Eu vejo que o Ver.
Comassetto também, pois, há poucos dias, falou dos recursos que o Governo do
Estado não passou para a Prefeitura. Tenho certeza de que, agora, os Governos
Federal, Estadual e Municipal, juntos, vão poder trabalhar com todas as Bancadas.
O Ver. João Dib está um pouco incrédulo quanto a essa união, mas vamos fazer
força. Eu acredito na boa vontade dos nossos Pares, na boa vontade do
Governador Tarso Genro e na boa vontade da Presidente Dilma Rousseff. Desejo um
bom ano a todos vocês. Muito obrigado pela paciência.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito objetivamente, quero o
cumprimentar pelo seu belo pronunciamento e me somar aos votos de boas-festas,
de um grande 2011 e, sobretudo, de muita coerência na vida pública.
O SR. IDENIR CECCHIM: Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo
Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e
senhoras, eu não quero me aprofundar nessa discussão em nível nacional, Ver.
Mario Fraga, mas um detalhe fez a diferença no Governo Lula: ele teve, com
certeza, os seus erros, teve as suas falhas, Ver. Paulinho Rubem Berta, mas foi
um Presidente que se aproximou muito dos pobres. Os pobres se sentiram
contemplados, Ver. Toni Proença, por este Governo. Não é, Ver. João Dib? O
senhor deve concordar comigo. A pobreza se sentiu contemplada. Pode não ter
sido, Ver. Adeli Sell, o top, mas fez
um movimento em direção aos pobres, e isso foi a maior qualidade, a melhor
característica do nosso Presidente Lula.
Eu quero me
aprofundar é na nossa realidade local. Existe uma forma de combatermos a
pobreza. A pobreza não se combate de dentro dos plenários e de dentro dos
gabinetes; a pobreza se combate quando nós enfrentamos o problema in loco. Nós temos que nos organizar. No
próximo ano, teremos na presidência da CUTHAB o nosso querido Ver. Pedro Ruas.
Ver. Pedro Ruas, o senhor conhece muito bem a realidade da nossa Capital, a
Verª Maria Celeste conhece bem: nós temos, hoje, muitas favelinhas dentro da
nossa Capital. O meu pedido, Ver. Pedro Ruas, é no sentido de fazermos visitas
a esses locais, a CUTHAB precisa se deslocar para esses locais no próximo ano,
Ver. Mario Fraga, porque, se nós não batermos, não sentarmos, não entrarmos lá
na casinha, se nós, Vereadores, não tirarmos tempo e se o Executivo não tiver
representação nas nossas visitas, não conseguiremos resolver os problemas.
Os nossos projetos,
que são aprovados nesta Casa, Ver. Brasinha, ficam muito distantes da realidade
das pessoas pobres, porque nesta Casa nós discutimos muitos projetos sérios,
importantíssimos, mas que não alcançam os pobres. Muitos dos nossos projetos,
Ver. Comassetto, não alcançam os pobres, muitos. Ver. João Dib, eu sei que V.
Exa é um defensor do nosso Plano Diretor, assim como todos nós aqui,
mas ele precisa se aprofundar muito mais. E eu disse, quando discutimos o Plano
Diretor, que Plano Diretor que não discute a situação da favela, não discute
aquela ruazinha da favela. Mesmo que o Plano Diretor sirva apenas como um
“esqueleto”, mas, se esse “esqueleto” não atingir a periferia, Ver. Pujol, não
vamos definir nada. Vamos continuar beneficiando, sim, os bairros nobres da
nossa Capital.
Temos que nos
debruçar - e a CUTHAB é o melhor instrumento para isso nesta Casa -, Ver.
Pujol, é sobre as minifavelas, sobre as vilinhas que estão na periferia, sobre
aquelas ocupações que nós temos na nossa Capital; as vilas ocupadas, os
terrenos ocupados, nós temos que nos debruçar sobre isso, Ver. Pujol, e tratar
com seriedade. Combater a miséria necessita, sim, de uma ação integrada entre
Executivo, Legislativo e Judiciário também. Precisamos ver qual é a situação
das áreas ocupadas na Cidade, Ver. João Dib. Precisamos saber qual é a situação
real das áreas ocupadas, das famílias que estão há trinta anos numa área
ocupada, mesmo que seja particular. A Justiça não pode arrancar essas famílias
simplesmente de lá e colocar o problema no colo do DEMHAB. Isso precisa ser
tratado com uma seriedade maior, precisamos entender que esse problema precisa
ser atacado, precisa ser sanado, mas isso somente no momento em que nós nos
debruçarmos. Projetos são importantes, mas tirar as pessoas lá do meio da
miséria é mais importante ainda. Projeto de duplicação é importante, a
ampliação do Aeroporto é importante, mas tratar exatamente das minifavelas que
existem na Capital é fundamental para uma Cidade próspera e feliz. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª
Sofia Cavedon.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente,
colegas Vereadores, Vereadoras, nós vamos discutir as questões da Fundação da
Saúde, mas eu queria avisar às entidades e às pessoas que estão mandando e-mails... Ou é um desconhecimento, e eu
fico muito frustrado, até pelo tratamento de gênero que alguns estão dando nos e-mails, porque desconhecem quem é
Vereador e quem é Vereadora nesta Casa... É algo muito deselegante. Portanto,
quem quer fazer luta política, quem quer, de fato, receber apoio desta Casa tem
que conhecer, no mínimo, os Vereadores com quem quer dialogar. Então deixo
registrado isso na Casa. E agradeço à companheira Sofia por ter cedido este
tempo.
Vou ficar na arena
local, Ver. João Dib, porque talvez, assim, V. Exa saiba responder
essas questões, porque, na arena federal, V. Exa se deu mal. Vou
pegar a execução da Receita e da Despesa deste segundo semestre de 2010 da
Secretaria da Saúde. Das verbas federais, o que eu tenho anotado aqui é uma
coisa impressionante; do Estado é pior ainda, eu vou dar alguns exemplos aqui.
Vamos aos dados. Sobre o Atendimento aos Cidadãos Presos - alguém fez, esses
dias, um discurso veemente aqui sobre essa questão do atendimento aos cidadãos
presos -, olhem aqui: havia, no caixa da Secretaria, 3.193 reais, e houve um
rendimento que passou a 3.242, e não foi gasto um centavo sequer com atendimento
de presos por parte dessa Secretaria. No item Epidemiologia, nós temos 70 mil
reais em caixa; não foi gasto nada, não houve despesas neste semestre.
Pego outros dados
aqui: Inverno Gaúcho e Verão Gaúcho - não importa a estação -, não houve gasto.
No Programa Solidariedade, o Nota Solidária, pelo que estou vendo aqui, não
houve despesa alguma. Na Saúde Bucal, a aplicação foi zero; Incentivo ao
Combate à Tuberculose, zero; Farmácia Básica Variável, zero; Fator Incentivo
Povos Indígenas (PSF-indígena), zero; Incentivo à Participação e Controle
Social, zero. Eu fico por aqui. As cópias estão aqui. Os números não mentem,
Ver. João Dib! Não mentem! Estão aqui, Vereador.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu queria
cumprimentá-lo por seu pronunciamento. Esse debate se deu origem justamente na
avaliação do Governo Lula. Mas quero citar que também os jornais anunciam que o
Prefeito Fortunati surge como o terceiro Prefeito no ranking nacional. E, aí, o Prefeito Fortunati, ao comentar esse
desempenho, disse que já mudou a postura de tratar com a Cidade, que vem dando
e vai dar continuidade à gestão Fogaça. Só que há uma questão fundamental da
gestão Fogaça que, se o Prefeito Fortunati não romper, também vai se dar mal:
somente 38% foram gastos nos seis anos do Governo Fogaça quanto a
investimentos, que é um tema central. E nós estamos aqui para sugerir e
oferecer um debate e um diálogo, sim, com o Fortunati, para podermos investir.
E esses números que o senhor apresenta justificam exatamente aqui esta fala.
A Sra Fernanda Melchionna: Escandalosa!
Ontem, passando pela Rua Riachuelo, novamente observei que há trechos da rua
por onde é impossível transitar, porque o lixo toma conta. De fato, a
Prefeitura tem condições, inclusive tem argumentos jurídicos para
responsabilizar as empresas de coleta de lixo que não fazem o seu trabalho, ou,
de fato, estão fazendo lockout, como
V. Exa está se referindo.
O Sr. Nilo Santos: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, só quero fazer um
comentário: não sei o que tinha na ceia da Verª Fernanda Melchionna, talvez no
lugar de açúcar colocaram pimenta... Ela só está apontando as coisas ruins que
acontecem! É final de ano, Ver. Adeli Sell! A cidade de Porto Alegre evoluiu
muito, assim como o Brasil e o Estado. Estamos num final de ano; é festa!
Felicidades para todo o mundo!
O SR. ADELI SELL: Obrigado, Ver. Nilo.
A Sra Maria Celeste: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, obrigada pela
oportunidade. Quero dizer ao Ver. Nilo Santos que final de ano é tempo de
reflexão, especialmente sobre a Cidade que nós temos e a Cidade que nós
queremos. Acho que as críticas da Verª Fernanda são contundentes e pertinentes
exatamente para a Sessão de hoje. Nós não podemos perder o rumo da nossa
história. E acho que V. Exa está fazendo muito bem quando fala dos
serviços da Cidade que são de péssima qualidade, são lixos colocados na rua; e
não é só uma questão de educação do porto-alegrense, é também de autoria e
responsabilidade do Executivo local.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, V. Exa
sabe que eu o ouço sempre com muita atenção, porque eu aprendo com Vossa
Excelência. E V. Exa disse que os números não mentem. É verdade: não
mentem quando bem formulados; agora, quando estão equivocados, eles apenas estão
errados, eles não estão mentindo. Vejo, por exemplo, o Ver. Comassetto falar em
38% de investimentos apenas. Ora, se olhasse para trás, ele veria que houve ano
que deu 22% só de investimentos. E o Prefeito Fogaça encontrou uma Prefeitura
endividada também. Mas nós vamos realizando obras por aí. Os números não
mentem. Eles estão equivocados.
O SR. ADELI SELL: Os números podem
estar malformulados, isso é uma incompetência talvez minha, mas as fotos não
mentem. Hoje, na página 3 do Jornal do Comércio, está lá toda a Rua José
Montaury com seus paralelepípedos, suas lajotas quebradas de ponta a ponta. E a
Rua Riachuelo? A Vereadora falou do lixo, e as calçadas do Centro? Tirei
fotografias da Rua Riachuelo de ponta a ponta e mandei um dossiê para o Prefeito.
Agora, foto não mente! Os buracos estão lá! E não é só a buraqueira da Cidade!
Onde está a fiscalização aqui na orla do Guaíba, que os caras invadem, ao final
de semana, aos domingos, para vender qualquer coisa? Mas o pobre coitado que
está ali pagando alvará, que se licenciou, esperou, entrou no processo do
licenciamento legal não tem fiscalização de nada. Então, essas são questões que
V. Exa terá que nos responder, talvez, num tempo posterior, e eu vou
levantar outras questões.
Não bastasse a questão do lixo e das calçadas quebradas, nós temos problemas graves de iluminação pública. Por exemplo, lá no Jardim Medianeira, há seis meses, caiu um poste, num condomínio com mais de mil pequenas casas. Seis meses se passaram, e a Prefeitura não dá um jeito de resolver o problema com a CEEE. A CEEE joga para a Prefeitura, e a Prefeitura joga para a CEEE.
E o barulho na
Cidade? Há um posto na Rua 24 de Outubro, no qual o consumo de drogas é de
manhã, de tarde, de noite e de madrugada. Eu dei o endereço, e nada é feito.
Onde é que está a fiscalização da SMAM? A SMAM gosta de fechar posto de
gasolina por bobagem. Mas lá, sim, a SMIC e a SMAM poderiam fechar, levando
consigo o Dr. Bancolini, Delegado da Antidrogas; eles poderiam não só colocar
na cadeia aqueles que fazem fuzarca a noite inteira, como também fechar a loja
de conveniência e o próprio posto de gasolina. Mas não! E, por qualquer
besteira - atraso num documento, não por culpa dos donos dos postos de gasolina
-, a SMAM vai lá e fecha o posto. Agora, o barulho a SMAM não vê. Como também
não vê a barulheira aqui na Av. Independência, há vários lugares que já
deveriam estar fechados e não são. Então, se os meus números são malformulados,
essas denúncias são bem formuladas.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, nós aprovamos, nesta
Casa, uma lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em postos de gasolina.
Lei que foi amplamente badalada, mas, na verdade, ela não está sendo aplicada.
Deem uma passada lá no posto da Av. Eduardo Prado, esquina com a Av. Monte
Cristo, e vocês verão o que é feito lá a qualquer hora do dia e da noite. E já
que estamos falando em posto de gasolina, lá na Av. Edgar Pires de Castro,
esquina com a Estrada Gedeon Leite, está sendo construído um posto de gasolina,
a 50 metros de uma escola com mil e quinhentas crianças. E isso se sabe que não
pode!
O SR. ADELI SELL: Muitas coisas estão
erradas na SMAM, mas eu só ouço falar que estão erradas; eu sei que há um
descontentamento, há um mal-estar na Prefeitura Municipal com a péssima gestão
da SMAM, e nada acontece.
Eu, por exemplo,
venho aqui defender as coisas boas do Governo Fortunati. Há problemas na Saúde,
e eu citei aqui, mas há coisas positivas na Saúde. O Dr. Casartelli, Ver. Nilo,
está fazendo coisas importantes. Eu citei exemplos que eu acho que ocorrem por
um problema de gestão, algo que deve ser visto. Eu vou passar para Vossa
Excelência. Eu quero que ajude, porque o Casartelli vem aqui e nos ouve. A sua
assessoria sempre está presente. A Tânia está sempre no Plenário. São poucos os
Secretários que mandam assessores para cá verificar o que está certo e o que
está errado.
A gestão da EPTC
melhorou significativamente. Agora, eu não posso me calar quando os meus
velhinhos do Centro, os velhinhos desta Cidade tropeçam nas calçadas estragadas
de todas as bandas da Cidade. A acessibilidade na Av. Assis Brasil, Ver.
Cecchim, é uma tragédia, é uma vergonha! Vem de tempo, sim, mas eu não levo
ninguém de compadre! Quando está errado, está errado; não importa se o
Secretário é Vereador, se não é Vereador, se é meu amigo, se não é meu amigo!
Eu espero que todos os Vereadores sejam amigos, afinal de contas nós estamos
aqui numa Casa plural, sem medo de defender posições.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exa
permite um aparte?
O SR. ADELI SELL: Ver. Dib, o segundo
aparte do dia para Vossa Excelência.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Vereador, V. Exa,
citando os assessores, tem de citar o assessor Pitol, do Secretário que V. Exa.
tanto elogia. Por favor!
O SR. ADELI SELL: O Pitol é useiro e
vezeiro, ele está aqui e sempre está atento. A gente pode falar, pode
conversar. Mas e os outros? Por sinal, são as duas Secretarias que estão em
melhores condições hoje, são as duas pelo menos que dialogam com a gente. E a
SMIC tem nos atendido bem, sem dúvida nenhuma.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, cumprimentos
pelos assuntos levantados. Eu só não concordo quando o senhor judia do nosso
Líder, o Ver. João Antonio Dib, que está muito atento.
O SR. ADELI SELL: Primeiro, eu não
judio, porque esta é uma palavra que não está no meu vocabulário.
O Sr. Idenir Cecchim: Está bem. Mas eu
quero concordar com Vossa Excelência: nós temos que olhar esse posto da Av.
Edgar Pires de Castro. Acho que deveríamos fazer uma pequena visita. Eu estava
falando com os Vereadores Nilo Santos, Brasinha e com Vossa Excelência: nós
poderíamos ir, olhar, ir à SMAM e à SMOV. Se V. Exa concorda, eu sou
parceiro, junto com os Vereadores. Eu acho que o que está errado não tem
Partido. Está errado, tem que olhar.
O SR. ADELI SELL: O posto da Rua 24 de
Outubro, nesta semana, eu vou aproveitar para passar lá à noite e fotografar.
Fotografar! Porque o Ver. Dib pode dizer que os números são mal formulados, mas
as fotos não há como mascarar, as fotos não mentem.
Eu estou aqui, neste
Grande Expediente, para colocar as mazelas da cidade de Porto Alegre. É para
que Porto Alegre seja uma cidade bonita, colorida, vivaz, dinâmica. Que a gente
possa ter bares 24 horas por dia sem ter problemas, porque os estabelecimentos
que fazem essa fuzarca, Ver. Brasinha, vão depor contra aqueles bons bares, pubs, restaurantes que temos na cidade
de Porto Alegre e que, V. Exa sabe, são importantes para o desenvolvimento
econômico-social da nossa Cidade.
Então, quero dizer que nós temos essas preocupações, Ver. Canal. Portanto, quando eu coloco essas questões é para que a gente possa viver em uma Cidade melhor, para que a gente possa se ajustar, para que a gente possa efetivamente ter uma Cidade melhor para se viver. Muito obrigado, Presidente. Estas são as minhas considerações.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Comunicamos a
todos que teremos hoje, às 18h05min, uma Sessão Extraordinária para Reunião
Conjunta das Comissões.
O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que estou mais ou menos na contramão dos
acontecimentos. Vejo esta Casa do Povo, este Parlamento, em uma segunda-feira,
após o Natal, dia 27, a três dias do fim do ano, Ver. Fraga, com 28 presenças.
E não há mais, sabe por que, Vereador? Porque a aviação no Brasil é uma
confusão, é uma balbúrdia, é um caos! Eu sei de Vereador que se programou e foi
sexta-feira para fora do Estado para retornar hoje; era para chegar aqui às dez
e meia da manhã, mas vai chegar aqui às dez e meia da noite. Não vai poder
estar presente sequer na Reunião das 18h, na Reunião Extraordinária, Ver. Raul.
Acho sinceramente que a velhice, a idade, me diminui em demasia a visão, porque
esse Brasil que cantam, em prosa e verso, do Presidente Lula, aclamado por mais
de 80% da população brasileira, segundo o IBGE e o IBOPE, esse Brasil eu não enxergo!
Aliás, agora, a moda é haver, para cada momento, um “cristo” à disposição.
O Ver. Adeli dividia
com o Dr. Dib a fúria contra o Secretário de Transportes. Agora o escalado é o
Secretário do Meio Ambiente. E começa-se a falar... Olha, eu não posso admitir
que o Ver. Adeli Sell, que é morador do Centro, ali dos altos da Rua Riachuelo,
fale com essa segurança com que fala de forma equivocada. Nós temos que mudar a
lei aqui para o Centro da Cidade, porque dizem que as calçadas têm que ser
conservadas não pela SMAM nem pela SMOV, mas pelos proprietários. E já se
chegou à conclusão de que essa é uma lei que tem que ser mudada, porque os
proprietários não podem ser responsabilizados por uma série de coisas que
ocorrem por outras circunstâncias, entre as quais a ação das companhias de
telefonia, da Companhia de Energia Elétrica e assim por diante.
Ali na proximidade da
ACM, eu contei oito tampas de ferro ontem - ontem, eu contei! Eu não moro na
Rua Riachuelo, moro aqui embaixo. Eu vim morar na Cidade Baixa, depois me
disseram que eu estava morando no Centro. Ali na frente da ACM há oito tampas
de ferro de várias companhias de telefonia, da Companhia Estadual de Energia
Elétrica, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, num conflito, e jamais
vai se conseguir ter uma calçada adequada naquela área. O Município cruza os
braços, dá mau exemplo, não conserva as calçadas lá no nosso Viaduto, muito
menos do Cinema Capitólio! E, aí, cobrar dos proprietários é impossível quando
o Município não faz a sua parte, Ver. Toni.
Então, eu quero dizer
o seguinte: não é porque eu seja amigo do Garcia - há muito amigo meu aí de
quem eu reclamo e reclamo muito forte pelas coisas que fazem -, mas eu acho que
ele já está “cristo” demais, está sendo responsabilizado por tudo e por todos!
A calçada, a rigor, não tem nada a ver com a SMAM. Se houvesse algum órgão
municipal que trabalhasse em cima disso seria a SMOV, e a SMOV enfrenta -
porque eu conversei com o Secretário de Obras - esta dificuldade: esbarra na
lei. Daqui a pouco, ele vai estar fazendo coisas que não são da sua obrigação,
porque, pela lei, são outros que têm que fazer. Nós temos é que mudar essa lei!
E temos que entender
que eles não podem querer defender tanto a autoridade estatal. Ultimamente, o
que mais ouço aqui: “Vamos fortalecer o Estado, o Estado tem que estar
presente, a atividade estatal tem que predominar”. A gente só quer os direitos
do Estado de atrapalhar a cidadania e a sociedade constituída, e transfere a
essa sociedade a solução de coisas que as entidades estatais não são capazes de
resolver. Tem que mudar esse negócio.
Então, quero dizer o
seguinte: não sou partidário da oposição pela oposição; não sou partidário da
posição da política do beija-mão, aquele que aplaude o Governo em tudo. Mas
precisamos, meu caro Ver. Idenir Cecchim - que já provou da condição de ser
Governo -, ter um meio-termo nisso, deixar de fazer discursos inflamados e
epidérmicos, que são pouco racionais, e começar a botar a nossa cabeça a
serviço da sociedade, não do poder constituído, não do Município, mas da
sociedade, porque não haveria poder constituído, autoridade municipal,
autoridade estatal, se não houvesse uma sociedade na base de tudo isso a
sustentá-la, a garanti-la. Se tirar a sociedade da parada, a coisa não vai
chegar a ponto nenhum.
Por isso, ao
concluir, Sr. Presidente, quero dizer, alto e bom som: o Prefeito Fortunati tem
procurado agir corretamente em grandes e pequenas obras; ele se sente
comprometido com o Orçamento Participativo e está cumprindo demandas que vinham
atrasadas ao longo do tempo. Agora foi instituída uma Administração especial
para o Centro da Cidade; então, neste momento, Ver. Idenir e demais Vereadores,
vamos pegar juntos e trabalhar na implantação dessa estrutura nova da
Administração Municipal, que não pode ser só de controle e fiscalização, também
tem que ser de planejamento e de transformação. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos às
O Ver. Paulo Marques
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Juliana
Brizola.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos os que nos
assistem. Espero que todos tenham tido um Natal maravilhoso e que tenham
refletido bastante sobre essa data, como disse a Verª Maria Celeste. Estamos aí
para entrar no ano de 2011.
Vim falar um pouco,
Presidente, do Ver. Tarciso Flecha Negra: da honra em ter participado da Mesa
Diretora de que V. Exa faz parte como Presidente - para mim, foi uma
alegria imensa. É como disse o meu ídolo, o Ver. João Dib: experiência a gente
adquire com o tempo. E confesso que ainda não sei nada, João Dib; estou aqui, a
todo o momento aprendendo como fazer a política boa, a política para o nosso
povo, para Porto Alegre. No ano de 2010, apesar de um pequeno problema, a
doença que tive, eu dei a volta por cima, consegui aprovar projetos importantes
para o povo de Porto Alegre com o apoio dos 35 Vereadores, que foram muito
sensíveis, como o material escolar para crianças carentes, como o Museu do
Negro, como o tíquete eletrônico do banco - porque o povo que vai ao banco fica
30 minutos, 40 minutos numa fila. Então, são projetos para o povo de Porto
Alegre; não para uma minoria, para todos.
Quero falar da minha alegria em completar, daqui a alguns dias, dois anos de mandato. Quando cheguei aqui, estava meio assustado, como no futebol. Claro, a gente sai de uma categoria, entra numa outra, que é a profissional, chega meio assustado. Mas aqui eu fui bem recebido, como fui no futebol, no vestiário, pelos jogadores profissionais, já experientes. E aqui, Dib, eu fui recebido com muito carinho, com muito amor, e, dentro daquilo que tenho, daquilo que eu posso, da pessoa que sou, tento buscar e fazer o melhor dentro do meu mandato, tirando o chapéu, Ver. Adeli Sell, para aqueles que merecem. Vossa Excelência citou o Lula, que fez dois mandatos maravilhosos, eu fui um dos que votaram, porque acreditei e acredito. Todos sabem que eu vim de Minas Gerais, eu vi meu pai, durante a ditadura, escondendo-se na serra, porque o negócio era feio. Hoje nós somos livres para ir e vir, para falar, porque temos democracia. Sinto-me muito orgulhoso por estar aqui com os 35 Vereadores, por participar com vocês e ter esse carinho, esse amor de vocês. Que a gente, daqui para frente, só tenha mais e muito mais para aprender, como no futebol; quando se quer aprender, basta escutar, aprende-se muito, e não devemos ter vergonha, nunca, de perguntar e escutar.
Presidente, eu quero
dizer do orgulho que sinto - meus parabéns - por a Mesa ter sido conduzida por
V. Exa neste ano, que foi um ano difícil; V. Exa soube,
com tranquilidade, com muito firmeza, conduzir. A todos os membros da Comissão
- Vereadores João Carlos Nedel, Bernardino Vendruscolo, Mauro Pinheiro -, a
todos nós, enfim, parabéns. E, como disse a Verª Maria Celeste, é um final de
ano de reflexão; que nós possamos, no ano de 2011, Ver. Engenheiro Comassetto,
buscar projetos, coisas maravilhosas para a cidade de Porto Alegre, porque vem
aí uma Copa, e não é só pela Copa do Mundo, mas porque Porto Alegre merece
muito mais do que ter a Copa do Mundo.
Presidente, gostaria
de um minutinho para comentar uma reportagem de jornal que me deixou muito
triste, a de que o Ronaldinho Gaúcho quer ganhar 1 milhão por mês para retornar
ao Grêmio, que o tirou da pobreza. O Grêmio não tira ninguém da pobreza, e não
foi o Grêmio que tirou o Ronaldinho da pobreza; foi o talento e a habilidade
dele que o tiraram da pobreza, porque senão o Grêmio tiraria da pobreza
qualquer um que fosse lá jogar futebol. Mas aquilo é para quem sabe, e o
Ronaldinho só saiu da pobreza pelo seu talento e pela sua habilidade. Eu não
sou advogado da família Assis, mas eu acho que essa notícia está mal, porque
ninguém sabe quanto o Ronaldinho vai ganhar no Grêmio.
Obrigado, Presidente,
desejo um ano de 2011 maravilhoso para todos nesta Casa, que me recebeu com
carinho, desde o gari até a presidência deste Legislativo. Obrigado,
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr.
Raul Torelly está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Luiz Braz.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Vereador-Presidente Nelcir
Tessaro, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos honra com
sua presença aqui na Casa e que nos assiste pela Rádio Web, pela TVCâmara, eu
venho fazer uma retrospectiva importante deste ano, que se avizinha terminar,
bem como desejar muita saúde a todo o mundo, muita inclusão social, muito
trabalho em 2011, que a gente consiga fazer alguns avanços, ou seja, fazer o
nosso trabalho público, como Vereador, e trabalhar realmente pela Cidade, pelas
boas causas. Particularmente, como sou mais focado na área da saúde, para a
qual eu me dedico há 30 anos, mas, como bom clínico-geral, eu diria que
qualquer assunto da Cidade nos interessa, e nós devemos atuar no sentido de que
coisas melhores aconteçam.
Eu vejo, por exemplo,
uma questão importante citada aqui, qual seja, a de que nós precisamos nos
reunir, enquanto Vereadores, e resolver a questão das calçadas de Porto Alegre.
Nós temos que fazer uma revisão dessa legislação, pois não é possível que a
gente, numa Cidade tão arborizada, bonita e boa de viver, com uma qualidade de
vida maravilhosa - a Cidade poderia ser melhor, menos poluída, mas,
infelizmente, Porto Alegre é uma das Capitais mais poluídas do País, onde o
câncer de pulmão é o número um, onde o câncer de mama, entre as mulheres,
também é o número um -, não se debruce sobre essas matérias.
Durante o ano de
2010, tive também momentos importantes no meu mandato, como, por exemplo,
quando participei da Frente Parlamentar em Defesa do Planejamento Familiar,
oportunidade em que atuamos e fiscalizamos bastante essa matéria e conseguimos
implantar, no ano passado, o Centro Municipal de Planejamento Familiar, e já
temos milhares de atendimentos na Cidade. Mulheres e homens que tinham
dificuldades, que levavam, muitas vezes, um ano, dois anos ou que acabavam
nunca fazendo os seus procedimentos de planejamento familiar - sejam eles de
uma maneira temporária ou definitiva, como ligadura ou vasectomia -, felizmente
resolveram essa situação em um mês, gratuitamente, dentro do espírito que
congrega o Sistema Único de Saúde. É a população integral, universal, tendo a
sua saúde preservada, não como gostaríamos, porque avançamos a passos lentos,
mas muito melhor do que em muitos locais, como em muitos países no mundo, tanto
que temos até sido copiados por grandes nações. Os Estados Unidos tentaram
“tirar uma casquinha” do nosso SUS.
Então, nós temos,
realmente, coisas boas na nossa sociedade. Conseguimos, neste ano, fazer passar
aqui na Casa um Projeto que eu julgo importante, que é o que cria os mutirões
na Saúde, para que possamos tirar esse gargalo que, muitas vezes, faz com que
não tenhamos especialistas para realizar determinados procedimentos que tanto
precisamos, e a população fica, muitas vezes, em filas virtuais. Tenho que
fazer um mea-culpa, no sentido de que realmente não conseguimos aprovar uma
posição mais firme em relação ao controle do fumo em recintos coletivos
fechados. Tivemos um Projeto aqui na Casa, em parceria com o Ver. Beto Moesch,
para o qual, infelizmente, não conseguimos aprovação. Mas temos certeza de que,
com o passar dos anos, Porto Alegre - que na realidade dá o exemplo negativo
através do aumento da incidência do câncer de pulmão, através dessa questão do
fumo - vai se adequar a essa matéria e fazer com que os fumantes passivos não sejam
obrigados a conviver com aquelas pessoas que fumam em recintos fechados.
Temos, também, muitas
virtudes advindas deste mandato, não especificamente do meu, mas das seis
Comissões Permanentes aqui da Casa. Os Vereadores estão sempre debruçados sobre
matérias importantes da Cidade, e, com certeza, todos nós temos procurado dar a
melhor participação e a melhor qualidade de vida para o cidadão e para a cidadã
de Porto Alegre. Muito obrigado e saúde para todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria
Celeste está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, trago, como tema neste período de Comunicações do
dia de hoje, a minha estranheza com a urgência urgentíssima pedida na semana
passada pelo Líder do Governo, o Ver. João Antonio Dib, sobre o Projeto da
criação dos PSFs na cidade de Porto Alegre, um problema sobre o qual temos nos
debruçado, é verdade, reiteradamente, especialmente ao final de cada ano Legislativo.
Ver. João Antonio Dib, fizemos todos os esforços, principalmente esta Casa, no
final do ano passado, quando aprovamos um Projeto de forma açodada, quando
apresentamos um Substitutivo, que não foi levado em consideração, e, dois ou
três meses depois, Ver. Dr. Thiago Duarte, o Prefeito teve que vetar aquele
Projeto.
Quando eu fui escolhida para ser Relatora, procurei imediatamente o Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, junto com o Ver. Toni Proença, para dizer que tínhamos que resolver esse problema e com um comprometimento muito maior. Fomos ao Prefeito e solicitamos que ele fizesse todo um trabalho, uma articulação com o Conselho Municipal, com as entidades, com o próprio Ministério Público, para que construíssemos um projeto de saída, efetivamente, para os PFSs, especialmente para os agentes comunitários. Para nossa surpresa, foi criado um grupo de trabalho com o Ministério Público ao longo do período, e não houve consenso, é verdade, no Projeto como um todo. Mas mais surpreendida fico quando o Governo ajusta um prazo com Ministério Público para que essa negociação continue. Que prazo foi esse? Até março de 2011. Ver. João Antonio Dib, tenho aqui a Ata da reunião com o Ministério Público sobre o tema da Audiência que foi realizada, e, pelo acordo, as partes concordaram em suspender o feito até 30 de março de 2011. Está aqui o Termo da Audiência Cível assinado pelo Juiz de Direito, pedindo que esse prazo com o Ministério Público seja mantido. Causa-me estranheza, Ver. João Antonio Dib, que não haja a manutenção desse acordo pela Prefeitura Municipal.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exa
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, V. Exa
sabe do respeito que lhe tributo, mas eu gostaria de deixar bem claro que o
feito suspenso até 30 de março é a
ação cível pública do Simers, e não o processo que está em pauta aqui, até está
citado na ata da Sessão que estipulou o dia 30 de março.
A SRA. MARIA CELESTE: Vereador, eu tenho em
mãos o processo, com o acordo estabelecido e a solicitação desse prazo. Se
efetivamente há um pedido e há um acordo, por que não cumprir o acordo?
Parece-me que houve uma quebra de acordo nesse sentido. Só o que as entidades
estão pedindo é um prazo maior para ajustar efetivamente, na prática, isso que
foi colocado.
Lamentamos
profundamente que isso não esteja sendo discutido, acordado, lamentamos que,
mais uma vez, o Governo imponha a sua vontade a esta Casa e de uma forma
açodada. Reiteradamente tenho vindo a esta tribuna para dizer isto - disse ano
passado e agora reitero: há necessidade de uma conversa maior, de um diálogo
maior, coisa que não estamos vendo.
Quero também, para
finalizar, Sr. Presidente, questionar o prazo regimental da Reunião Conjunta de
hoje à tarde às 18 horas. Estou entrando com um Requerimento junto com a Verª
Fernanda Melchionna, porque o prazo regimental para apresentação de
substitutivo e emendas está colocado pelo art. 110, no § 2º, que é muito claro
quando fala de três dias úteis. Sei que V. Exa teve o cuidado de
chamar a Sessão para as 18h05min, mas eu queria lembrar - talvez tenha passado
despercebido - que houve uma Ordem de Serviço, a de n° 13/10, pela qual o
Presidente da Câmara suspendeu os trabalhos no dia...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Desculpe-me,
Vereadora.
A SRA. MARIA CELESTE: Peço apenas para
encaminhar o Requerimento, com sua tolerância, Presidente. O senhor encaminhou
uma Ordem de Serviço com essa determinação, portanto sexta-feira não será
contado como dia útil para os prazos regimentais, e estou entrando com um
Requerimento para que sejam cumpridos esses prazos. Portanto, a Reunião
Conjunta só se poderá realizar a partir de amanhã, às 18 horas. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mario Fraga
está com a palavra em Comunicações, por
cedência de tempo do Ver. Mario Manfro.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara,
público presente nas galerias, eu queria fazer uma saudação especial à nova
Presidente eleita, Dilma Rousseff. O Governo Lula já passou, e nós, do Rio
Grande do Sul, de Porto Alegre, temos bastante fé de que ela venha a fazer
alguma coisa mais forte do que o Lula fez pelo Rio Grande do Sul. Esse é um
problema que ela tem de enfrentar nos próximos quatro anos. Quero desejar boa
sorte para ela e para todo o seu Governo.
Ver. Toni Proença,
realmente eu vim à tribuna para falar das nossas praias. Para minha felicidade
- eu, que nasci em Belém Novo -, as praias, nesse fim de semana, Ver. João
Antonio Dib, estavam lotadas. Preciso fazer um elogio, como gosto de fazer
sempre quando alguém merece. Antes desse elogio, gostaria de falar ao Ver.
Adeli Sell que, casualmente, estive com o Prefeito José Fortunati. Não tenho
procuração nenhuma para defendê-lo neste ponto, mas ele falou das calçadas do
Centro. Vossa Excelência tem razão. Casualmente, ele estava falando das
calçadas do Centro, disse que ia tomar providências. Não sei como ele vai
fazer, Vereador. O Ver. João Antonio Dib já respondeu, não é só no Centro, é em
todos os lugares, mas no Centro aparece mais, Verª Fernanda Melchionna, porque
há mais pessoas caminhando, há mais pessoas tropeçando. Quem não conhece uma
pessoa que ainda não tropeçou nas calçadas do Centro? Então, casualmente, o
Prefeito Fortunati, na quarta-feira passada, estava falando sobre esse assunto.
Ver. Adeli Sell, V. Exa falou com muita propriedade. Nós, do Governo
Fortunati, temos a certeza, sim, e a esperança de que ele vá melhorar, de
alguma maneira, o Centro de Porto Alegre, principalmente no que diz respeito às
calçadas.
Camarada Toni
Proença, como eu estava falando, a praia de Belém Novo, V. Exa não
tem noção... Só quem passou por lá sabe como estava a praia: lotada de pessoas
que se refugiam naquele lugar. Para nós, é a nossa moradia, mas as pessoas vêm
de tudo que é lugar, inclusive de Cachoeirinha, Esteio, Canoas... Eu e meu
irmão fomos dar uma volta para ver de onde saia aquele povo. Começamos a olhar
as placas dos carros, e é inacreditável ver o pessoal da Grande Porto Alegre
fugir para Belém Novo. Aí, com essa atitude, Dr. Thiago, fomos até o bairro do
Lami, e lá estava pior: mais gente ainda! No Lami, que eu acho que, com cinco
mil pessoas, fica superlotado, havia vinte mil pessoas. Em relação a esse ponto
é que eu queria fazer um elogio.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa
permite um aparte?
O SR. MARIO FRAGA: Concedo um aparte a
V. Exa, meu amigo Ver. Idenir Cecchim, com o maior prazer.
O Sr. Idenir Cecchim: Ver. Mario Fraga, V.
Exa toca num assunto importante, porque trata de pessoas; de pessoas
que gostam de um lugar: Belém Novo e Lami. Nos anos em que fui Secretário da
SMIC, vi a importância daquele movimento todo no final de semana, e nós
regularizamos todos aqueles ambulantes que prestam serviços, como os que vendem
o pastel, que vendem o refrigerante. Então, V. Exa está levantando
um assunto que não só o Poder Público Municipal, mas a Cidade toda tem que
olhar um pouquinho mais. Belém Novo e Lami realmente são dois recantos
maravilhosos desta Cidade, abrigando pessoas de Porto Alegre e, como V. Exa.
disse, também pessoas da Grande Porto Alegre.
O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Vereador. É
verdade, quando V. Exa foi Secretário Municipal, eu encaminhei
diversas pessoas, e V. Exa, dentro da Lei, resolveu aqueles
problemas.
Estivemos lá, Ver. Dr. Thiago, para ver o Centro Cultural, para falar com algumas pessoas do Restaurante Poletto sobre o que a gente pretende fazer lá no Poletto. Nós encaminhamos a Emenda, Dr. Thiago, que conhece tão bem aquela região, através do Deputado Federal Vieira da Cunha, já fizemos esse pedido, ele já concedeu, já destacou 300 mil reais para o Centro Cultural de Belém Novo, e ontem vimos o quanto é importante haver alguma coisa naquela área para as pessoas se alimentarem decentemente. No Centro Cultural, teremos espaço para as oficinas, para lazer, para cultura e também para alimentação.
Então, ontem ficamos
contentes com as praias do Lami e de Belém Novo, que estavam completamente
lotadas. O trabalho que o DMLU vem fazendo, quando há 20 mil pessoas, é
difícil, mas a capatazia de Belém Novo, graças a Deus, está a contento, está
recolhendo lixo quase que imediatamente. Hoje de manhã, passei para ver como é
que estava, e estava completamente limpo. Então, dou os parabéns à capatazia de
Belém Novo. Não estive no Lami para ver como é que estava hoje, mas, em Belém
Novo, graças a Deus, estava completamente limpo; assim, dou os parabéns à
capatazia.
Faço, mais uma vez,
um apelo ao Deputado Federal Vieira da Cunha para que essa Emenda de 300 mil
reais para o Centro Cultural de Belém Novo venha em seguida, logo no iniciar do
ano de 2011, para que a gente possa implementar o projeto e assim realizar a
licitação para que saia esse Centro Cultural de Belém Novo, que é muito
importante. A cada dia que passa, vejo o quanto é importante para o bairro
Belém Novo esse Centro Cultural. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Mauro Pinheiro.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, colegas Vereadoras e
público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje; há oito anos, Ver. João
Antonio Dib, um dos slogans mais
lindos que já vi em uma campanha era o seguinte: “A esperança venceu o medo”. O
nosso Presidente, que se despede no final do ano, trazia esse slogan. E foi o que aconteceu. Muitos
críticos ou grandes lideranças na política diziam que o Lula não tinha
experiência, porque não foi Prefeito, não foi Governador, não foi Ministro, mas
foi um grande Presidente, que todos nós - ao menos a nossa geração - jamais
vamos esquecer.
E agora, com certeza,
poderíamos dizer que a experiência venceu o medo, Ver. Adeli, porque a grande
companheira, a Presidente da República, é uma mulher muito experiente e sempre
esteve ao lado do Lula. Então, se dependesse das iniciativas do Governo
Federal... Aliás, muitos Municípios melhoraram, mudaram a sua lógica e sua
realidade em função dos recursos da área federal. Alguns poucos resolveram,
porque, segundo alguns Ministérios ou Ministros, faltaram projetos. Os
Executivos não tiveram criatividade e não criaram um banco de projetos para
chegar ao Congresso, ao Senado ou até mesmo aos Ministérios, para buscar
recursos para a sua Administração Direta. E não foi diferente aqui em Porto
Alegre, na área da Saúde. Se olharmos do lado das Emendas parlamentares, são
mais de seis Unidades de Saúde que não saíram, porque não houve agilidade na
busca desses recursos, inclusive os recursos estão aí empenhados, e poderia
dizer aqui Deputado por Deputado, poderia dizer aqui Unidade de Saúde por
Unidade de Saúde, ou PSF por PSF. O Governo Municipal, possivelmente nessa
mudança de renunciar o Prefeito e assumir o Vice-Prefeito, atrapalhou-se um
pouco, para não dizer muito, sendo uma Administração muito lenta, mas muito
lenta! Agora, com certeza, o Governo José Fortunati tem um compromisso muito
maior porque só tem dois anos para poder fazer o que podia ter sido feito há
seis anos.
Então, creio que
ainda há, sim, um espaço de esperança para os porto-alegrenses, porque nós, que
somos da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, percebemos que, na área da Saúde,
muito há por fazer, mas muito mesmo! O cidadão continua esperando ou tentando
acessar às Unidades de Saúde para uma consulta e não consegue, continua
aguardando a Central, que vai telefonar e dizer que o especialista está
marcado, mas as coisas não acontecem. Aconteceu lá nos dois primeiros anos do
Fogaça, no mutirão das cirurgias, coisa que depois não ocorreu mais, e o
Governo sempre foi aberto para discutir sobre as especialidades, que estão
sobrecarregadas, para fazer, sim, mutirões, por que não? E agora percebemos que
faltam iniciativas, os projetos de lei, para trazer recursos para os
Municípios, ainda estão aquém da realidade do porto-alegrense.
Então, é nesse
sentido que eu queria dedicar o meu período de Comunicações, cedido pelo meu
colega Ver. Mauro, para dizer, sim, que há muito por fazer. Desejamos aos
porto-alegrenses um feliz Ano-Novo! Esperamos que, de fato, seja um feliz
Ano-Novo, um promissor 2011, que a política, os políticos ou quem estiver mais
no Executivo - que é onde opera a política, e não só aqui no Legislativo onde
cobramos, fiscalizamos, levantamos o problema - possam abrir mais os olhos,
andar com os passos mais largos, para dizer ao povo de Porto Alegre que de fato
se elegeu para fazer as coisas acontecerem. É isto que nós esperamos: que o ano
de 2011 possa ser um ano de realizações, porque, logo ali em 2012, vem eleição
de novo, e não há mais desculpa: será necessário dizer o que fez e a que veio.
Esperamos que todos digam que entraram na política para fazer as coisas
acontecerem. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Quero
aproveitar a oportunidade, antes de passar ao período de Pauta, para esclarecer
à Verª Maria Celeste e à Verª Fernanda Melchionna que sexta-feira foi dia útil.
Nós suspendemos os trabalhos com compensação. Vereadores não fazem compensação,
apenas os servidores da Casa. Então, sexta-feira foi dia útil para o trabalho
nesta Casa aos Vereadores.
Está encerrado o
período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 4179/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 183/10, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Ercy Pereira Torma.
PROC.
Nº 4255/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/10, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao senhor Renato Portaluppi.
PROC.
Nº 4436/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 062/10, que declara de utilidade pública o
Instituto Cultural São Francisco de Assis.
PROC.
Nº 4441/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 063/10, que declara de utilidade pública a
Associação Comunitária de Moradores São Guilherme.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Dr. Thiago
Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; ilustres colegas Vereadores, eu venho à tribuna,
Ver. Mario Fraga, para realmente chancelar o que V. Exa falava aqui.
Eu comentava com os colegas que o meu relacionamento com a região de Belém
Novo, do Lami é muito grande, assim como o de Vossa Excelência. Comentava aqui
que, em 1975, meu avô - ele deve estar nos assistindo agora, ele sempre assiste
à TVCâmara -, Sebastião Adroaldo Pereira, era Presidente da Ajuris, a
Associação dos Juízes do Estado do Rio Grande do Sul. Hoje, decano da
magistratura, é o Desembargador mais velho vivo, foi ele quem iniciou as
atividades na sede de Belém Novo, a sede da Ajuris de Belém Novo. Ele investiu
num prédio que, para a época, era muito oneroso, alguns diziam, mas que
realmente se mostrou, ao longo do tempo, extremamente necessário, acabou
fazendo a integração não só da magistratura, mas de grande parte das carreiras
jurídicas, permitiu que juízes e promotores que viessem a Porto Alegre tivessem
onde ficar. Então, em 1975 e 1976, eu tinha dois, três anos de idade, lembro-me
de ir para lá.
Hoje a gente vê o que cresce, o que cresceu, o que vem crescendo aquela região. Realmente é uma região apta a ser um grande polo de turismo da nossa cidade. Pode-se chegar até lá, conversava com o Pitol, esses dias, não só pelos ônibus - e a EPTC teve a maestria de fazer o remodelamento geral naquela região, ajudou muito aquela comunidade, que está extremamente agradecida -, mas também há uma proposta que o Ver. Beto Moesch já traz há muito tempo aqui, e nós temos conversado, vamos começar a operacionalizar, conversar com a EPTC, ver as possibilidades, que é o transporte fluvial, através da chegada naquela região, seja lá no seu Veludo, Ver. Mario Fraga, no Leblon, ou na Av. Beira Rio, no Lami.
Então, que a gente
realmente possa operacionalizar essa região pela personalidade dos seus
moradores, porque são extremamente receptivos - eu trabalho lá há doze anos,
sei disso, como fui recebido, como sou recebido naquela região -, pela vocação
dos munícipes porto-alegrenses que lá vivem e pelas belezas naturais que lá
existem. É importante que a gente tenha esse olhar muito claro não só aqui com
o Gasômetro e Ipanema, que a Cidade já descobriu, mas que efetivamente a Cidade
possa descobrir o Lami e Belém Novo, lugares bonitos, muito afáveis e de
pessoas que realmente querem bem aos que vão lá visitar.
Eu queria fazer este
registro, sublinhar esse resgate. Estivemos lá com o Prefeito, quando ele
percorreu toda a orla da Av. Beira Rio-Lami, as pessoas estavam realmente
agradecidas pelo trabalho que o senhor citou aqui, o trabalho do DMLU. Quem
esteve conosco lá em janeiro viu o que tinha ocorrido com aquela mortandade de
porcos que desceram à praia. Eu achei que iriam levar dois, três anos para
arrumar a praia, e agora a Av. Beira Rio-Lami está toda arrumada, toda
remodelada. Parabéns ao DMLU, parabéns para a SMOV e parabéns para a SMAM!
Parabéns, Professor Garcia! É importante a gente reconhecer, sublinhar o que
está sendo feito de errado, mas, quando faz certo, reconhecer o que está sendo
feito certo. E o Professor Garcia tem grande parcela de responsabilidade por
aquilo que está sendo feito certo, sim. E, sem dúvida nenhuma, sublinhar o
trabalho altivo, de frente, que está sendo feito pela Empresa Pública de
Transporte e Circulação, Pitol.
Um abraço, feliz
Natal, um grande Ano-Novo a todos os porto-alegrenses, a todos os moradores da
Restinga, Belém Novo, Ponta Grossa, Lami, não sendo corporativista, a toda a
cidade de Porto Alegre, não só àqueles moradores! Que possamos ter um feliz ano
novo, com muita, muita saúde. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Comunicamos que hoje,
às 18h05min, haverá Reunião Conjunta das Comissões.
(Encerra-se a
Sessão às 16h05min.)
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